quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Lindas obras decorativas em ferro

É crescente o interesse por objetos de decoração usando ferro como matéria prima, os artigos confeccionados com esta matéria confere charme e opulência ao ambiente. É incrível como seus tons neutros combinam com quase tudo.
Então para aguçar seu senso decorativo vejas estas belíssimas peças:

Suporte para vinhos Bicicleta tipo Boneshaker  com capacidade para oito garrafas. valor: R$ 500,00 


Suporte para uma garrafa de vinho Corrente suspensa. Valor: R$ 50,00

Se você adora jardinagem vai se apaixonar por estes suportes para jarrinhos, menino e menina segurando os jarros, valor: R$ 150,00 a unidade.



Suporte retangular duplo para vasos de flores, valor: R$ 170,00


Bicicletas decorativas rústica:

Valor: R$ 80,00

Valor: R$ 30,00

Artigo decorativo em ferro "O equilibrista", valor: R$ 50,00


Estas lindas peças são confeccionadas por Usin´Art.
Você pode solicitar sua peça por encomenda baseada em critérios de sua autoria ou através de modelos sugestivos de seu interesse.

Ligue e peça já a sua: (74) 8825-6637/8819-8954

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Mais uma opção Enoturística de volta no Vale do São Francisco

 Vinícola Garziera retoma suas atividades enoturísticas 


A vitivinícola Garziera, localizada na rota da uva e do vinho em Lagoa Grande-PE, anunciou recentemente seu retorno enoturístico. A empresa é uma das pioneiras no receptivo turístico, produção de uva de mesa, elaboração de vinhos e suco no Vale do São Francisco, caracterizada por um atendimento personalizado, sendo este adaptado ao perfil do visitante, traz a agradável sensação de sentir-se em casa.
Seu retorno foi divulgado nas vésperas do evento tido como economicamente importante para cidade, a Vinhuva Festa (feira da uva e do vinho) que ocorre no período de 09 a 11 de outubro acontecendo a cada dois anos. Com sua última edição em 2011, teve o evento cancelado em 2013, fato que causou certa repercussão entre os que defendem que este evento é economicamente favorável para o município e os de oposto ponto de vista.
O retorno do Enoturismo Garziera está gerando muita expectativa naqueles que apreciam as marcas Garziera, Carrancas do São Francisco, Sol do Sertão e que não deixa de fazer um tour por entre suas parreiras.
O passeio pela propriedade dura aproximadamente 2 horas e meia, tendo duas opções de pacotes, 1º opção: passeio + degustação de vinhos = R$ 10,00 por pessoa, 2º opção: passeio + degustação de vinhos 
+ frios = R$ 15,00 por pessoas.
Para agendamento de visita ligar para 87-3869-9667
O passeio contempla os seguintes pontos a serem visitados:

Vista panorâmica

Do alto do prédio da vinícola pode-se ter uma visão panorâmica da propriedade contemplando os diferentes tons de verdes do escalonamento dos lotes, com diversos ciclos fenológicos da videira contrastando com o cinza da caatinga, a mandala que é símbolo dos vinhos Garziera e a belíssima ornamentação do seu jardim, a enoteca da cidade (biblioteca do vinho); como plano de fundo, ver-se o Rio São Francisco.

Visita aos parreirais

Percorrendo por entre as parreiras, quem visita a Garziera pode conhecer todo ciclo fenológico da videira, graças ao escalonamento que é feito, permitido assim colher uvas o ano todo; e uma breve explanação sobre o manejo da videira, tratos culturais e manejo fitossanitário. Nesta região devido ao clima e as águas da irrigação, tem-se duas a três safras por ano.


Cantina

Saindo dos parreirais direciona-se para a cantina da vinícola, local onde os vinhos são elaborados. Aqui se permite o conhecimento dos processos de elaboração desde a chegada da uva até o engarrafamento do vinho.

Memorial
No memorial o enoturista conhece o histórico da família Garziera, sua tradição e paixão pela vitivinicultura. Descendentes de italianos os quatro irmãos Garziera são sócios da empresa.

Sala de degustação
E talvez este seja o momento mais aguardado por quem faz passeios por vinícolas, a hora de degustar a bebida dos Deuses. Na sala de degustação são apresentados os produtos da empresa vitivinícola e com uma breve aula de degustação o turista já pode se deliciar com o vinho que acabou de conhecer toda a dedicação para que o resultado fosse traduzido em uma bela taça com o famoso Tim-Tim.
Pode-se ainda adquirir no varejo da loja de vinhos os produtos da casa, bem como artigos de produção artesanal da região.

As atenções neste momento estão direcionadas para reforma da cantina, uma equipe está escalada para restauração da mandala e demais setores inseridos no tour.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

CLASSIFICAÇÃO DOS VINHOS

De acordo com a legislação (Portaria nº 229, de 25 de outubro de 1988.), vinho é exclusivamente a bebida resultante da fermentação alcoólica completa ou parcial da uva fresca, esmagada ou não, ou do mosto, com conteúdo de álcool adquirido de no mínimo de 7% (V/V a 20º C).


QUANTO À CLASSE

·  Vinho de mesa:
 É o vinho com teor alcoólico de 8,6 a 14% em volume, contendo até 1 atmosfera de pressão a 20ºC.

·  Vinho leve:
Vinho com teor alcoólico de 7 a 8,5% em volume, obtido somente pela fermentação dos açúcares naturais que contém na uva. Podendo ser de variedades Viníferas, Americanas ou híbridas, desde que identificadas na rotulagem.

·  Vinho fino:
 São os vinhos com graduação alcoólica de 8,6 a 14,0% em volume, obtido apenas das castas de Vitis vinífera.

·  Vinho espumante natural:
Vinho com teor alcoólico de 10 a 13% em volume a 20ºC. Onde o vinho passa por um processo, pelo qual o anidrido carbônico é resultante de fermentação em recipiente hermeticamente fechado com pressão mínima de 4 atmosferas a 20ºC.

·  Espumante Moscatel:
Vinho espumante com teor alcoólico de 7 a 10% em volume no qual o anidrido carbônico é resultante da fermentação do mosto de uva Moscatel ou Moscato, em um recipiente hermeticamente fechado e com pressão mínima de 4 atmosferas a 20ºC, e com um teor mínimo de açúcar residual de 20 gramas por litro.

·  Vinho frisante:
 É o vinho com teor alcoólico de 7 a 14% em volume, contento 1,1 a 2 atmosferas de pressão de anidrido carbônico a 20ºC de natural ou gaseificado.

·  Vinho gaseificado
Consiste em um vinho com o teor alcoólico de 7 a 14% em volume e uma pressão compreendida entre 2,1 e 3,9 atmosferas a 20ºC, resultante da incorporação de anidrido carbônico.


·  Vinho licoroso:
Consiste em um vinho com teor alcoólico natural ou adquirido de 14 a 18% em volume, sendo admitidos a utilização de álcool etílico, mosto concentrado, caramelo, mistela simples, açúcar e caramelo de uva.

·  Vinhos compostos:
 Consiste em vinhos com teor alcoólico de 14 a 20% em volume, obtidos pelo acrescimento de macerados ou concentrados de plantas amargas ou aromáticas, substâncias de origem animal ou mineral, álcool etílico, açúcar, caramelo e mistelas simples ao vinho. Contendo um mínimo de 70% de vinho.


QUANTO À COR

·  Tinto:
Elaborado a partir de variedades de uvas tintas. A diferença de tonalidade depende do tipo de fruto e maturidade.

·  Rosado
Produzido de uvas tintas, porém após breve contato, as cascas que dão a pigmentação ao vinho são separadas. Obtém-se também um vinho rosado pelo corte, isto é, pela mistura, de um vinho branco com um vinho tinto.

·  Branco
Produzido a partir de uvas brancas ou tintas, a fermentação é feita com a ausência das cascas.



QUANTO AO TEOR DE AÇÚCAR (g/L de glicose)


Vinhos leves, de mesa, frisantes e finos
Tipo

Teores de açúcares g/L
Seco
Até 4
Demi-sec ou meio-seco
Entre 4,1 e 25
Suave ou doce
Entre 25,1 e 80

Vinhos espumantes naturais ou gaseificados

Nature
Até 3
Extra-brut
Entre 3,1 e 8
Brut
Entre 8,1 e 15
Sec ou Seco
Entre 15,1 e 20
Demi-sec, meio-doce ou meio-seco
Entre 20,1 e 60
Doce
Entre 60,1 e 80
Vinhos licorosos
Seco ou Dry:
Até 20
Doce
Entre 20,1 e 80

Vinhos compostos
Seco ou dry
Até 40
Meio-seco u meio-doce
Entre 40,1 e 80
Doce
Entre 80,1 e 100



terça-feira, 1 de setembro de 2015

Análise Sensorial

A Análise Sensorial de acordo com a ISO é o exame das características organolépticas de um produto por meio dos órgãos dos sentidos, numa percepção somato-sensorial, ou seja, usam os sentidos da visão, olfato, audição, tato e gosto. São as vias nervosas que levam os estímulos sensoriais ao cérebro que são interligadas no córtex órbito-frontal, que está envolvido na integração sensorial, representando o valor afetivo, na tomada de decisão e expectativa.


A percepção sensorial é também uma forma de prazer. Os nossos sentidos, porém podem se apresentar ilusoriamente, sendo assim, faz-se necessário uma cuidadosa análise das impressões do vinho, portanto, a avaliação das percepções sensoriais podem nos enganar, por isso deve-se fazer a descrição legítima.   
Na análise sensorial temos os métodos discriminativos que são utilizados utilizados para determinar as diferenças entre dois ou mais produtos. E os métodos descritivos que são utilizados para caracterizar um produto com relação as características sensoriais entendidas pelo provador, tais como: cor, sabor, odor e aparência; tendo como principal método descritivo o ADQ, que é Análise Descritiva Quantitativa.


Os órgãos dos sentidos que são utilizados na análise sensorial são: visão, olfato, tato, audição e gosto.

Visão: o olho é um órgão fotorreceptor que percebe a luz, brilho, cores, formas, movimentos e espaço. As características da cor são o tom ou matiz, a saturação, luminosidade ou brilho e limpidez.

Olfato: é o sentido mais complexo do ser humano. Para ser sentidas pelo olfato as substâncias devem ser voláteis, solúveis, aromáticas e em concentrações perceptíveis. Os aromas presentes nos vinhos são divididos em 4 tipos, sendo eles, o aroma primário (proveniente da uva), o pré-fermentativo (desenvolve-se da colheita da uva até o início da Fermentação Alcoólica), secundário (formados durante as Fermentações Alcoólica e Malolática) e o terciário ou bouquet (é o aroma que se desenvolve, quando o vinho é envelhecido por vários anos).

Gosto: está relacionado com as sensações percebidas estimulado por algumas substâncias, pelo órgão gustativo, ou seja, a língua. As sensações olfativas ou retronasal, gustativas e trigeminais percebidas na análise sensorial, diz respeito ao sabor. No momento da avaliação do vinho destaca-se os aspectos relacionados com suas características, tais como a intensidade, corpo, evolução, persistência, equilíbrio, fim de boca, sensações táteis, defeitos e qualidades.

Tato: são as sensações táteis, ou seja, é a sensibilidade cutânea humana, como a fluidez, untuosidade e consistência.

Audição: compreende a intensidade, sonoridade em verter o vinho na taça, e para os vinhos espumantes a persistência das bolhas de dióxido de carbono.

No momento da análise sensorial alguns fatores importantes influenciam a análise, como por exemplo, o tipo de taça, o local da análise, a temperatura do vinho, luminosidade ideal, cabines individuais, isenta de barulho e odores estranhos; visto esses aspectos importantes inicia-se a avaliação com os seguintes passos. Segura-se a taça pela base, inclina a mesma para frente, para apreciação da coloração na avaliação visual; na parte olfativa aproxima-se a taça ao nariz, próximo à parede interna da taça, sentindo os aromas intensamente e identificando-os; em seguida, coloca-se o vinho na boca por alguns segundos, para o mesmo entrar em contato com as papilas gustativas.

Foto: Débora S.
 Foto: Débora S.
 Foto: Débora S.


A análise sensorial contribuí de forma importante em vários momentos, como na tomada de decisão ao longo da elaboração pelo enólogo; na avaliação dos atributos sensoriais; na avaliação do tempo de prateleira; para melhorar a qualidade e no entendimento das preferências do consumidor para a aceitabilidade do produto.  

domingo, 30 de agosto de 2015

O Vinho e a Música

A combinação do vinho e a música vem de muito tempo atrás, desde a época dos deuses Dionísio e Baco, que aguçavam e ainda hoje aguça os sentimentos e sentidos que acalma, acalenta, apaixona e aproxima as pessoas. 


A música também ela traz benefícios desde o campo como na redução de ataques de insetos e parasitas e na estimulação da produção de polifenóis. Segundo um estudo realizado pelo Professor da Universidade de Florença Stefano Mancuso, que pesquisa sobre a inteligência das plantas, onde ele descobriu que a música estimula a produção de polifenóis, compostos esses encontrados em diversas formas, presentes na polpa, casca, sementes e engaço da uva. Essa união da música e produção das uvas, é um processo chamado de fonobiológico, onde resulta em um vinho de gosto agradável e com característica benéficas.

Pesquisas realizadas constataram que existe uma harmonização entre o vinho e a música, pois a mesma afeta o comportamento do ser humano, onde há uma ligação do aspecto psicológico da música e a percepção do vinho, através das ondas sonoras que estimulam áreas particulares do cérebro assim como o vinho.

Com isso a música faz com que os vinhos tenham um melhor sabor e outros piores, pois deve-se ter uma harmonização, um casamento entre o vinho de acordo com seu tipo e suas características. Um dos estudos feitos, concluíram que no momento da degustação a música influenciará na percepção do sabor, onde temos indicações de que músicas, quando sendo mais pesadas e forte combinará com vinhos robustos como os Cabernet e em músicas mais agitadas, harmonizariam com a delicadeza e refrescância dos vinhos Chardonnay.


Contudo temos uma perfeita harmonização do Vinho com a Música, sendo ela desde a produção da uva até o momento da degustação do vinho, que nos remete as lembranças de bons momentos e consolida os sentimentos afetivos pelas emoções que ambos proporcionam.



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Evolução dos taninos na uva e no vinho





Entendendo melhor a e estrutura do vinho

Os taninos, assim como os demais compostos fenólicos, são produzidos pela videira, especialmente no engaço, na película das bagas e nas sementes. A maturação fenólica consiste no aumento da concentração das antocianinas e dos taninos, sua velocidade e intensidade de acumulação dependem em muito do clima, do solo e das práticas culturais. Os taninos presentes nas sementes conferem maior adstringência que os taninos presentes na película, devido ao seu menor grau de polimerização, ao longo da maturação da uva, os teores da fração extraível dos taninos da semente diminuem, pois se polimerizam e também são bioconvertidos em outras moléculas, dado que a adstringência dos taninos da película diminui e a adstringência dos taninos das sementes permanece praticamente invariável. No entanto, este equilíbrio proveniente da maturação da uva proporciona vinhos menos adstringentes e livres de características herbáceas provenientes dos taninos verdes. Sendo assim, o que diminui durante a maturação da uva não é necessariamente a quantidade de taninos, mas sim sua extratibilidade.
A relação açúcar/acidez não é garantia que a uva tenha alcançado seu ponto de maturação ideal e qualitativo. É importante também avaliar a maturação dos compostos fenólicos e aromáticos da matéria prima do vinho, sendo ainda oportuno avaliar sua capacidade de extração durante a vinificação.
Os taninos são compostos fenólicos que podem ser classificados segundo sua estrutura química em dois grandes grupos: hidrolisáveis e condensados.  Os taninos hidrolisáveis são adicionados ao vinho através de insumos enológicos ou por barricas de carvalho, enquanto os taninos condensados são originários da uva, acumulam-se regularmente na película da baga, sendo determinante do ponto de maturação fenólica.
São formados por polimerizações sucessivas formando substâncias tânicas complexas. Também chamados de proantocianidinas, quando em meio ácido e alcoólico (hidrólise ácida), liberam antocianidinas. Nas sementes da uva, por exemplo, os taninos condensados liberam ao curso da hidrólise ácida a cianidina, sendo então chamados de proantocianidinas. Nas películas existe uma mistura de procianidinas e de prodelfinidinas. Quando não se conhece precisamente a natureza da antocianidinas formada, geralmente emprega-se a denominação de proantocianidinas.
Como já mencionado, os taninos hidrolisáveis, não são naturais da uva, mas, comumente podem ser encontrados nos vinhos, são os principais constituintes dos taninos comerciais autorizados para uso enológico, estão presentes, sobretudo na madeira, principalmente o carvalho.
A madeira possuem quantidades relativamente grandes de taninos hidrolisáveis, passando estes rapidamente para o vinho. Estes taninos são também denominados galotaninos e elagitaninos, em função de liberarem ao meio maior quantidade de ácido gálico ou ácido elágico, após hidrólise ácida. Na madeira de carvalho encontram-se alguns elagitaninos isômeros, como a vescalagina, a castalagina, a granadina e a roburina.
Para que os taninos, assim como outros compostos fenólicos importantes para a qualidade do vinho, estejam em quantidades e com qualidades satisfatórias, e claro, que sejam extraíveis, dependem de uma série de fatores que interferem positivo ou negativamente, são estes: condições climáticas, composição do solo, os fatores genéticos inerentes à uva, tratos culturais e estádio de maturação.
Taninos quanto à localização na película da uva
Existem três tipos de taninos quanto à localização na película da uva, que influenciam na condução da maceração, dependo do tipo de vinho tinto buscado. O conhecimento da localização dos mesmos permite certifica-se que tipos de taninos estão sendo extraídos em função da maceração. São eles:
Levando em consideração a influência da maturação, quando o álcool começa a se formado, os taninos extraídos são os que se encontram na parede celular da película, que são “suaves”. À medida que aumenta o teor de álcool, aumenta a extração de taninos “rústicos” e agressivos das sementes, e da fração livre que se encontram nas camadas celulares mais profundas.

A maceração de acordo com os objetivos desejados pode ser mais ou menos intensa, afetando grandemente a extração dos taninos, permite a dissolução dos taninos presentes na película e na semente, conferindo volume de boca ao vinho.
Os taninos são extraídos, parte no começo da maceração e outra parte durante a fermentação alcoólica, quando há formação de etanol que solubiliza os mesmos. É um componente importante, assim como o álcool, para definir a aptidão de envelhecimento dos vinhos.
Em geral, o controle de temperatura, juntamente com a remontagem e o tempo de maceração, são as principais variáveis para controlar a extração dos taninos e demais componentes da uva durante a maceração.
As dissoluções dos taninos da uva no vinho variam conforme o tempo de maceração, devendo-se optar por macerações prolongadas preferencialmente para vinho de guarda e quando os taninos forem de qualidade. É necessária uma maceração mais prolongada para extração dos taninos das sementes, pois a presença de etanol é fundamental para eliminação dos lipídios da semente.
Durante o envelhecimento são formadas estruturas complexas pouco sensíveis á variação de pH e SO2. São pigmentos formados por condensações de antocianinas e taninos que podem ocorrer por vários mecanismos e, em função dos compostos envolvidos, podem formar compostos de características diferentes, a cor varia de vermelho-tijolo a marrom. Durante o envelhecimento do vinho as antocianinas livres dão lugar a substâncias condensadas, são três tipos de condensação entre taninos e antocianinas:
Neste caso, que afeta unicamente os flavonóis polímeros, o eletrófilo é um carbocátion liberado por ruptura das uniões interflavánicas dos taninos que reagem com o carbono 6 e 8 de uma antocianina ou de outra molécula de flavanol. O novo complexo formado é incolor e adquire uma cor vermelho laranja depois da desidratação. Essa reação ocorre em sua totalidade ao abrigo do oxigênio e não necessita de nenhuma oxidação. É favorecida pela temperatura e depende da quantidade de 18 antocianinas do meio. A cor varia com a natureza do carbocátion e seu grau de polimerização. A conservação do vinho em cuba fechada ou em garrafa são condições favoráveis para esse tipo de condensação.
As reações são mais rápidas em presença de etanal que se forma durante a fermentação, por oxidação do etanol ou por descarboxilação do ácido pirúvico. Existem dois mecanismos de reação que levam a produtos diferentes. No primeiro, o par livre de oxigênio do etanal sofre um ataque eletrófilo por parte do cátion flavilium: o novo cátion assim formado relaciona com as posições nucleófilas do flavanol. No segundo, que se favorece em meio ácido, o par livre de oxigênio do etanal sofre um ataque eletrófilo por parte de um próton. O cátion formado reage com o flavano nucleófilo para dar um condensado flavanol-etanal. Este condensado que dá lugar a um novo carbocátion por perda de uma molécula de água, fixa-se sobre um dos carbonos nucleófilos (C6 e C8) de uma antocianina.
Enquanto a cor das combinações antocianinas-taninos é vermelho-amarelada, mais intensa e menos sensível ao efeito do pH e do SO2 que o das antocianinas livres, a cor dos produtos gerados por reação entre as antocianinas com os flavonóis em presença de etanal é vermelho-violáceo.

RIBÉREAU-GAYON, Pascal et al. Tratado de enologia: Química del vino, estabilización y tratamientos. 1ª ed. Argentina (Buenos Aires), Hemisferio Sur, 2003.ed. Buenos Aires: Hemisferio Sur, 1980.
GIOVANNINI, Eduardo; MANFRÓI, Vitor. Viticultura e Enologia: Elaboração de grandes vinhos nos terroirs brasileiros. 1ª ed. Bento Gonçalves, 2009.
OREGLIA, Francisco. Enologia teórico-práctica Tomo I. Buenos Aires: Ediciones Instituto Salesiano de Artes Gráficas, 1978.
FLANZY, Claude. Enologia: Fundamentos científicos y tecnológicos. 2ª ed. AMV Ediciones. Ediciones Mundi-Prensa. Espanha (Madrid), 2003.