terça-feira, 14 de abril de 2015

Alcoolemia

O problema seria o álcool?


É comum aquele que gosta de exagerar no álcool livrar-se da culpa associando suas falhas ao uso da bebida alcoólica. Mas estes não param para avaliar que tudo em excesso é veneno! Nossa alimentação diária é necessária, mas se comermos exageradamente levara-nos à morte.
Os riscos do excesso instantâneo de álcool podem ser avaliados pela medida de alcoolemia, que depende da quantidade de álcool ingerida e das condições de ingestão. Lembrando que esta taxa é mais fraca em bebidas de teor alcoólico mais leve, depois da absorção de água e após a ingestão de alimentos. Recomenda-se a ingestão de glucídios e lipídios antes do consumo de álcool, ex.: pão, manteiga... Beber um pouco de água, não beberem jejum. Beber por prazer, não para se embriagar e jamais dirigir sob efeito de álcool.
Segundo Peynaud e Blouin (2010) a taxa de álcool no sangue diminui aproximadamente 0,14 g/l/hora para homens e 0,17 g/l/hora para as mulheres. Ou seja, a mulher se recupera do estado de embriaguez mais rápido que os homens.
Encontra-se disponível na internet simulador da taxa de alcoolemia SIMULADOR DE TAXA DE ALCOOLEMIA, que utiliza para seus resultados a quantidade de álcool ingerida em determinado tempo, o peso, o sexo. No fim, o aplicativo ainda mostra o tempo necessário para o retorno a pré-definido índice de alcoolemia, seja ele zero ou mais.
Pode-se calcula alcoolemia a partir da seguinte fórmula:
Alcoolemia = (V . TAV . 8)/Peso (kg) . K
Onde:
V: volume ingerido em litros;
TAV: % volume de álcool da bebida
K: coeficiente, para homens 0,71 e para mulheres 0,61.
O resultado é dado em gramas de álcool por litro de sangue
Por exemplo - À mesa, 0,2 litros de vinho 12% vol. Para um homem 70 kg:
Alcoolemia: (0,2 X 12 X 8)/(70 X 0,71) = 0,38 g/l.

Deixo aqui uma frase para reflexão:
“A embriaguez, entre os outros, me parece um vício grosseiro e brutal”.
                                                                               Montaigne (Ensaios, 1488)




sábado, 11 de abril de 2015

Vinho fonte de prazer e saúde!

Vinho e saúde
            Há muitas evidencias que mostram que o vinho era utilizado pelo homem como produto medicinal. Registros antigos mostram que respeitáveis civilizações do mundo ocidental como os gregos, os romanos e os egípcios, assim como do mundo oriental, a exemplo os hindus, que tiraram proveito do vinho com remédio para o corpo e para a alma. Vários pesquisadores vêm atribuem várias propriedades medicinais ao vinho, como ação sobre o sistema cardiovascular.
            Papiros datados de 1.500 A.C relatam o uso de vinho no tratamento contra constipação, epilepsia, indigestão, asma e até a depressão. Hipócrates, o pai da medicina, usava a bebida no tratamento da desnutrição, como purgativo, antitérmico, antisséptico e a famosa depressão. Outros famosos médicos de um tempo longínquos ao nosso como Galeno, Celso e Avicena também conheciam e aplicavam os benefícios da bebida dos deuses.
            O vinho é constituído por água, álcoois, ácidos orgânicos, açúcares, compostos fenólicos, aldeídos, ésteres, vitaminas, aminoácidos, sais minerais e claro, conservantes. Não é atoa que em países como Itália, Portugal, França, Espanha, Chile, Argentina entre outros, é considerado como alimento. A uva Vitis vinífera é a mais rica em elementos necessários a elaboração de um vinho de qualidade.
            O novo conceito de alimentos funcionais, onde o poder de cura e prevenção de doenças com uso de alguns alimentos, trouxe para a medicina recursos mais baratos. Tendo a uva e o vinho excelente ação no combate aos radicais livres, estes em excesso são agentes causais do envelhecimento precoce, das doenças degenerativas, do enfraquecimento do sistema imunológico, etc.
O paradoxo francês
            Um fato que ganhou notoriedade foi o paradoxo francês, conhecido desde 1987, onde a população da França que apesar de terem uma alimentação rica em gordura, fator de risco para enfarte, tendo pressão arterial alta, níveis elevados de colesterol no sangue e hábito de fumar, apesar de tudo isso, os franceses consumiam e continuam a consumir vinho regularmente. No entanto o índice de mortes por doenças coronarianas era relativamente pequeno, esse fato deixou muitos estudioso curiosos por acharem contraditório.
            Essa contradição levou pesquisadores a tentarem desvendar qual era o mistério por trás deste fenômeno dos franceses, e logo foi atribuído ao vinho o baixo índice de mortalidade.
O vinho e o álcool
            O vinho é o produto da uva sã, fresca e madura, contendo geralmente 7 a 14% de álcool na sua composição. Por ter álcool na composição surge a contradição de que como poderia ser benéfico à saúde? E o alcoolismo? Profissionais de saúde estudiosos sobre o assunto dizem que o álcool é prejudicial em excesso, mas, em pequenas quantidades ajuda.
            Vejamos que em países como França, Espanha e Itália, onde o vinho é consumido regularmente, o índice de alcoolismo é inferior àqueles onde o consumo de cerveja e bebidas destiladas, é superior. O álcool, além de atuar na conservação do vinho, em pequenas doses auxiliam na assimilação de nutrientes e dos componentes benéficos da bebida.
            É importe lembrar, que o excesso de vinho não lhes trará bons resultados, é uma bebida alcoólica, podendo o abuso de álcool atrapalhar na assimilação dos compostos benéficos, o ideal é uma ou duas taças as refeições diárias. Para quem não pode tomar o vinho, seja por motivos religiosos, ou qualquer outro, as crianças e adolescentes, o suco de uva tinta de boa qualidade pode trazer resultados próximos.
O milagre do vinho!
Por passar por um longo período de maceração, o vinho tinto torna-se mais complexo que a uva, além dos componentes da própria, acrescenta durante a sua fermentação e período evolutivo na própria garrafa, muitas outras substâncias.

O Dr. Marcio Bomtempo em seu livro “A Saúde da Água para o Vinho” relata que o consumo moderado de vinho pode trazer uma série de benefícios como: 20% menos chance de ter câncer de qualquer tipo; menor incidência de osteoporose; inibir até 80% o crescimento do vírus HIV; melhor digestão; ação anti-inflamatória; ação preventiva e curativa na placa e cárie dentária; melhora a consistência, elasticidade, hidratação e microcirculação da pele; diminuição da taxa do mau colesterol e aumento das taxas do bom colesterol; preventivo da úlcera no estômago.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Amadurecimento X Envelhecimento


Conhecendo alguns conceitos




Frequentemente os termos Amadurecimento e Envelhecimento conduzem os que inicialmente estão a entrar no mundo do vinho a equivoco, veremos que são bem diferentes um do outro. E ainda tem aquele velho clichê que diz que quanto mais velho, melhor o vinho. Sinto muito em dizer, mais nem sempre e muito menos nem todo vinho quanto mais tempo passar em garrafa irá ficar melhor.
Se você está pretendendo guardar um vinho jovem para apreciá-lo no seu apogeu, deve está atendo a alguns detalhes importantes com os compostos fenólicos, o álcool, o açúcar, acidez, os precursores aromáticos, extrato sólido, devendo estes estar em quantidades superiores, sendo, portanto vinhos duros, adstringentes, ácidos e difíceis de serem bebidos. Quando guardados em ambientes apropriados, tratados como uma criança que repousa durante o sono, com ausência de luz e de vibrações na adega ou local onde está mantido. O tamanho da garrafa também influencia, as garrafas maiores poderão guardar por mais tempo, a temperatura deve ser mantida em torno de 10°C a 16°C.
Achei muito interessante a comparação que Mario Telles, editor e diretor da Wine Style fez, ele disse que os vinhos são semelhantes a animais. Alguns são como a libélula, são leves e destinados a ter vida intensa e fugaz. Outros são como os elefantes, potentes, capazes de grandes esforços e muito longevos, porém, rústicos, sem muita elegância. E os cavalos de raça, que foram comparados aos verdadeiros vinhos de guarda, combinam elegância e força.

O que acontece dentro da garrafa?

Antes do engarrafamento, uma filtragem excessiva pode ocasionar na perca de alguns compostos fenólicos, diminuindo a capacidade de envelhecimento. O vinho deve ser envelhecido lentamente em ambiente adequado, sem vibrações, mudanças bruscas de temperatura e incidência direta de luz.
         Bem, dentro da garrafa há um espaço vazio entre a rolha e o vinho, neste espaço há oxigênio. Os taninos e antocianinas estão inicialmente dissolvidos no vinho jovem. Com o passar do tempo, inicia-se a polimerização, ou seja, juntam-se em grandes cadeias de moléculas. Este agrupamento é ocasionado parte pelos componentes do vinho, parte pela presença de oxigênio na garrafa.
         As reações químicas ocorridas na garrafa auxiliam na melhoria das características organolépticas do vinho. Sendo óbvio, que para isso o vinho tenha a estrutura citada no início do texto.

Amadurecimento

         O amadurecimento dá-se pelo contato com oxigênio e se segue durante processamento de fermentação alcoólica, inclusive a fermentação malolática, a guarda em barricas de madeira e os processos de filtração e de clarificação do vinho. Essa fase permite ao vinho absorve pequena quantidade de oxigênio e só é quantitativamente relevante no caso de alguns vinhos fortificados.

Envelhecimento

         O envelhecimento ocorre após o engarrafamento, sendo por isso chamada de envelhecimento redutivo; e transcorre sempre na ausência quase total de oxigênio.